30 de março de 2011

O Último Fluxo

Esta bolha de sentimentos
Que cresce de dia para dia
Vigorosa, enche-se de agonia
De saudades, de arrependimento
E treme, com descontento
Pois nela reside o mistério que move o Mundo.
O segredo da Vida.
O porquê de todas as coisas.
E a bolha revitaliza, e aumenta
Até que o meu peito não mais aguenta
E uma brecha se abre no lugar do coração.
Sem dor.
E ali fica, aberta, para que o segredo escorra e se liberte
Para que caia na Terra e por ela seja absorvido
Para que se esconda e não mais possa ser atingido
Pelas mentiras, pelos segredos, pela ganância
De quem anseia por poder, por controlo
Oh!, mas que mundo tolo, este
Onde o segredo se decidiu esconder
Onde tantos o podem encontrar
Ainda que o não possam ver.
É esguio, e sombrio
Este segredo maldito, que abençoa
Que nos beneficia, embora doa
Nos piores momentos das nossas vidas
Nas alturas de desespero e solidão
Nas noites, onde caminha o mortal ladrão
Aquele que nos leva tudo.
Menos o segredo do mundo.
Esse esconde-se em nós, num fluxo sem fundo.

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